segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

INÍCIO DE DIA


Início de dia.

Farrapos de agonia

insônia e melancolia

boiando na água fria.


Adaécio Lopes

sábado, 25 de fevereiro de 2012

VERSOS À LUA


A morte chegou nem vi
a sombra da face sua
continuei meu cantar
por entre as pedras da rua
alimentando-me da força
do vivo claro da lua.


A lua me embriaga
com sua silhueta nua
toque de mistério vivo
por entre prédios da rua
antena do devaneio,
é meia, a noite sem lua.


Lua que é o ponto
na interrogação da gente
girando à nossa volta
bem na cadencia da mente
em um movimento eterno
mostrando que a mente mente.

ADAÉCIO LOPES

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A CAMINHO DA ANTIGA MORADA COLETIVA . . . LEMBRANÇAS QUANDO DA CASA DO ESTUDANTE DE NATAL


Castanholas e seu aroma inebriante
Do alto do barranco vejo o Rio Potengí
Num pôr-do-sol radiante
Cujos raios esvermelharelam o resto de tarde.

Ao som de pardais e pombos,
Uma estranha sensação:
“Tudo me é vivo e perto”.
Embora toda tarde fizesse aquele trajeto.

Casinhas, vasos de flores, alpendres e varandas
Aportei em um conto distante.
Fachadas antigas do grande prédio.
Um misto de alívio e devaneio continuado.

Formas? What is formas?
Um navio, a Linha do Trem, a Pedra
O Arreal, o Passo, O mangue: a tela.
Aos poucos vou voltando pra casa...

Adaécio Lopes

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MUNDO, VASTO MUNDO


Mundo, vasto mundo.
Disse o poeta fecundo.
Também não sou um Raimundo.
Mas acho que entendi,
o imperativo profundo
Que há no seu vasto mundo.
E assim como o mineiro
de espanto fui ao fundo.
Mundo, vasto mundo.
Cada instante uma flor
nesse pantanoso mundo.
Mas essa flor só nasce
lá na encosta do mundo,
pertinho do fim do mundo,
quando passa o pavor
daqueles que estão no mundo.
Pois flor não nasce de pedra
mas só nos jardins de cima,
sem pedras, num outro mundo,
do qual esse vasto mundo
é uma estação factual,
visagens que passam ao fundo?

Adaécio Lopes