Quem não acaricia o próprio monstro - no sentido de o dissolver - vive a procurar monstro por aí e a se ferir e a destruir o entorno meio que sem querer, movido pela falta de uma verdadeira consciência libertadora. O caso do Brasil é um exemplo disso. Somos um povo ainda colonial, movido por concepções e pressupostos que eram mais característicos de séculos passados em sentido planetário. A noção de que o erro tem que simplesmente ser extirpado e negado é um exemplo disso. É o paradigma da separatividade. O que não quero ver eu nego, removo ou destruo. Mas a época atual nos desafia frente a isso, porque o que antes estava muito distante agora está às nossas vistas e não se pode mais apenas negar ou colocar de lado, é preciso enfrentar, e ao fazer isso o estaremos fazendo com relação a nós mesmos, no sentido de uma autotransformação, o que por conseguinte trará mudanças para o que nos circunda. Para isso é preciso assumir o erro, mas sem se apegar ao eterno retorno, pois não há mais tempo para tanto errar, esse é o tempo do encontrar-se.
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