quinta-feira, 16 de março de 2023

A propósito do dia 8 de Março

 Minha Vó e minha Mãe sempre foram as figuras femininas que mais tive como exemplos (e minhas tias também claro, e muitas professoras destemidas com quem convivi, Natividade, Josefa Alexandre, Rita de Bil, Adelita de Celso, Dona Eliete e tantas outras). Minha mãe, embora sempre com aquele jeito calmo (as vezes nem tanto hehe) nunca se submeteu muito a ninguém. Costurou a vida quase toda, mas se a pessoa abusasse muito ela com negócio de costura já viu rsrs. Sempre comprava revistas de moda para arejar seus modelos. Por muito tempo vendeu perfumes e foi promotora de vendas de revistas de pedidos diversas. Era uma farra quando os pedidos chegavam, eu e a meninada filhos das vendedoras esperávamos para estourar os plásticos bolhas e balões que embalavam aquilo tudo. As vezes ou quase sempre a gente arengava um pouco também que era pra espalhar o sangue haha. Mãe tinha conta em banco (algo que meu Pai não queria nem ver falar - como ele mesmo dizia, tinha vindo morar na rua por aquela contingência que havia sido o casamento). Uma vez eu queria assitir televisão e não tinha muito como (também o que eu azucrinava as pessoas não era brincadeira) e mamãe disse "vou comprar uma televisão pra você assistir, agora se tirar meu juízo com isso eu desligo e nunca mais você vê nada". Nos danamos para Catolé do Rocha eu e mamãe em busca de comprar uma TV. Fomos com Antônio de Felinto que toda semana ia àquela cidade por motivo da feira. Lá estavamos nós naquela sua caminhonete que à época andava bem tranquilamente, por assim dizer. Teve uma hora que não me contive e pedi pra ele ir mais rápido, eu achava que Catolé era muito longe e daquele jeito a meu ver não chegaríamos a tempo de comprar a televisão. Mamãe olhou pra mim e disse "fique quieto menino, senão não te trago mais!". O que ela sempre me dizia, mas, por incrível que parecesse sempre me intimidava. A televisão, com pouco tempo que chegou, eu me balançando na rede de maneira adrenalística enganchei os berebelo da rede na estante e foi aquele desastre rsrs. Vou nem dizer o que se sucedeu depois disso, é uma outra estória. E para esbarrar esse relato, lembro de quando fomos à feira de Umarizal comprar uma bolsa e umas muda de roupa (essa camisa branca da foto foi uma dessas) para eu vir para Natal. Era inicio do ano de 1999. A coisa lá em casa tava meio ruim de grana, mas mamãe sempre dava um jeito de juntar uma merreca pra se arremediar. Andando pelas ruas da feira eu disse a ela, meio pesaroso, afinal eu era seu único descendente "Mãe eu vou porque não aguento mais ficar aqui e quero estudar, acho que meu caminho é esse". Ela disse "vá, você está certo, estude, se forme, que é para não depender dos outros para tudo no mundo". Te amo, Mãe! O Alzheimer acabou com suas lembranças, mas algo me diz que em algum "lugar" do seu sorriso a senhora sabe disso

🤩💓💜😃

Todas as reaçõeFrancisco Hélio Costa

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