quinta-feira, 21 de julho de 2011

A GREVE ACABOU, MAS A LUTA APENAS COMEÇOU

"Ei escute, você que está ai sentado, há um líder dentro de você. Governe-o, faça-o falar, faça-o falar!!!"

Chico Science, cantando “Todos estão surdos” de Roberto Carlos


Essa greve foi importante por muitos aspectos. Ficou entendido que os professores têm sim capacidade de fazer um movimento político, embora ainda tenha-se muito o que fazer nesse sentido, já que a participação poderia ser muito maior do que aquela que presenciamos.
Espero que tenha ficado claro para todos os professores, que nem o poder legislativo, nem o poder executivo e muito menos os nossos representantes sindicais atuais, que estão à frente da direção estadual, serão responsáveis por melhorias, mas que a luta efetiva e constante desta categoria será o único caminho para uma melhoria efetiva da educação e da qualificação profissional dos educadores.
Desde o início a direção estadual do Sinte/RN foi contra este movimento. Estive presente, de uma forma ou de outra, em todo o movimento grevista e posso afirmar a forma enviesada com que este sindicato defendeu e encaminhou suas teses. É vergonhoso para todos nós ver os dirigentes de uma instituição representativa de professores e funcionários da educação fazer o jogo do governo e amedrontar a categoria e com isso conduzir para o fim da greve. A partir deste momento todos os nossos esforços devem ser concentrados para extirpar do movimento sindical essas pessoas que não estão á altura de representar e de liderar o nosso movimento.
Parabéns a todos e todas que abraçaram esta causa e que como eu estão agora indignados com a forma como o sindicato conduziu o fim deste movimento. Espero que assim como eu, todos também tenham sentido o sangue correr mais depressa nas suas veias, a emoção de fazer parte de uma coletividade, como se por um instante não fossemos Adaécio, Joaquim, Maria ou Benedito, mas parte de algo maior que nos perpassa. E eu lhes garanto que isso tudo não foi em vão, nem aconteceu por acaso, as pessoas voltaram a ir às ruas, a questionar a forma como as coisas estão sendo encaminhadas nos quatro cantos do mundo.
Esse movimento nos permite perceber que as coisas já não estão assim tão bem nesse mundo que há muito tempo está entregue à sua própria sorte. Como passageiro de um móvel relativístico fui percebendo mediante esta greve, as alterações e as distorções ocorridas na sociabilidade dos humanos e muitas outras questões que me foram surgindo – coisas que se estando no sedentarismo político diário não se dá conta.


Abraços a todos.
Profo Adaécio Lopes

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