sábado, 22 de outubro de 2011

ABANDONANDO-SE

Naquele belo dia de segunda-feira,

Ele acordou.

Arrumou tudo como sempre.

Saiu no mesmo horário.

Pela mesma porta de sempre.

E abandonou-se...

Não queria mais ...

Não queria mais um papel apenas.

Decidiu mergulhar no medo do mundo.

Resolveu desamedrontar-se.

Dispersar-se.

Despedaçar-se.

Deixar de ser um pedaço e voltar ao todo.

O todo sem nome.

Sem linguagem de cena.

O todo sem gente-com-medo-do-medo.


Dias Lopes

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