Tu Augusto, nessa praça
A contemplar o imundo
Escutando essas notícias
Do que ocorre no mundo
Tu, Augusto de pedra
De fronte a pedras com gente
Medita na água turva
Que há no mundo doente
Enclausurado em penumbra
Percebe os ecos de dor
Vendo a nudez da noite
Desperdiçar seu sabor
Está condenado a ver
Todo dia o movimento
Circulante e automático
Dos operários do tempo
Para o Anjo visionário
Todo esse sofrimento
Demonstra ser este mundo
Uma canção de lamento
Sofrer irremediável
Apodrecer aos segundos
Instantes de agonia
Que logo separam mundos
Num paralelo sombrio
De longos vales profundos
Adaécio Lopes
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