Quando a gente é pequeno
Não vive tanto o morrer
Embora que algumas vezes
Estale para o sofrer
Quase sempre sente apenas
“Algo” desaparecer.
Mas quando a gente é grande
Aí a coisa piora,
Porque não somos só um
Somos todos toda hora,
E quando morre um de nós
Parte nossa vai embora.
A sociabilidade
Nos torna agora uma rede
Trocamos informações
Sempre que sentimos sede
E guardamos os segredos
Nos buracos da parede.
Tal parede é a memória
Que possui todo vivente
Lugar que o pombo correio
Pára sempre em voo urgente
Nos trazendo informações
De algum irmão da gente
Quem morre leva consigo
Toda essa informação
Desaparece no tempo
Mas nos deixa a sensação
Que a gente nunca morre
Pois a vida foi canção
Canção que penetra a alma
E traz vida a todo instante
Basta que alguém relembre
As proezas do cantante
Nessa hora a cavidade
Se torna tubo vibrante
Dias Lopes
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