O que seria de mim:
Se Canindé Medeiros não tivesse me apresentado Belchior e Elis Regina;
Se Canindé Medeiros não tivesse me apresentado Belchior e Elis Regina;
Se Elói de Sousa não tivesse discutido a viagem da
luz com a gente;
Se Jalmaras Sales não tivesse tratado da ciência da
vida;
Se Fátima Barros não tivesse me apresentado ao
Feudalismo e seus desdobramentos;
Se Natividade e Manoel Cristino não me tivessem iniciado
no universo matemático;
Se Gilberto Pinto não me tivesse mostrado que somos piolhos
espalhados sobre a Terra;
Se Margarida não me tivesse apresentado “O bicho” de
Manoel Bandeira (nunca esquecerei aquele dia):
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Se Djanilson Ramalho não tivesse me dito de que são
feitas as palavras;
Se Chico de Alfredo (Francisco Paula?) – me lembro
dele quando vejo Tim Maia, dois malucos belezas. Será que Chico já foi algum
show de Tim lá em cima? - não tivesse me dito um dia na sua forma
característica de se expressar, que a história é contada por alguns e não por
todos, e que não é verdadeira, absoluta;
Se Severino Rufino não me tivesse mostrado aquele
música de Lennon:
Imagine
there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today...
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today...
Imagine
there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace...
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace...
Se Francisca de Souza não tivesse me mostrado que a
arte liberta o homem?
Desculpe se alguém não foi citado, mas é que a
memória é um relâmpago que dá na gente.